Valdeck Almeida de Jesus
O poeta da verdade!
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Eu uso drogas todos os dias
 
Tomei coragem para confessar o que ninguém desconfiava de mim. Não foi uma decisão fácil. Afinal, trata-se de assunto muito pessoal, de foro íntimo, que diz respeito somente a mim. Mas, apesar de toda a confidencialidade envolvida, preferi tornar público minha condição, a fim de continuar a transparência que sempre fez parte de minhas atitudes.

Tentei adiar a divulgação disso, mas acho que chegou o momento. Estou me aproximando de meio século de vida, e, a partir de então, talvez não me reste muito tempo no planeta. Vou fazendo a faxina na vida pessoal, colocando tudo em pratos limpos, exceto, claro, o que envolver terceiros e quartos – principalmente quartos -, para não “debranquir” a imagem de outros e outras e não ter que responder por isso.

Bem, vou enumerar as drogas que uso quase todo dia, outras que fazem parte de minha dieta, algumas que uso esporadicamente. Nem todas vou citar aqui, pois várias delas fazem parte de coquetéis que tomo sem noção e sem tomar conhecimento. Fumo cigarro passivamente, todos os dias, no final da tarde, quando uma nuvem de fumaça vem do andar inferior e entra em minha janela. Cloro eu ingiro na água, nunca sei exatamente a quantidade, pois sempre consumo esse líquido e também uso em alimentos e para tomar banho, escovar dentes etc. Costumo ingerir grande quantidade de agrotóxicos, comidas transgênicas, conservantes e outras substâncias nos alimentos comprados em feiras livres, ao natural, ou aquelas industrializadas. Na carne, seja frango, porco, gado etc, sempre consumo com muitas vacinas e drogas incluídas na alimentação animal. Respiro gás carbônico, fumaça e poeira em casa, na rua e nos ambientes abertos. Em ambientes fechados e no carro gosto de respirar ar condicionado com várias bactérias e outros bichinhos... Para completar o cardápio, ainda uso vacinas, drogas injetáveis, de uso oral ou tópico, compradas em farmácias autorizadas pelo governo.

Nos finais de semana, vou pedalar ou tomar um banho de mar, e quase sempre reforço minha dieta de absurdidades, com vinhos, cervejas, refrigerantes e doses cavalares de notícias jornalísticas, visões de outdoors, músicas que os vizinhos tocam em alto e bom som, conversas de elevadores, barulho de motores de automóveis etc. Afinal, não dá para se abster de algo que já se tornou vício em minha vida.
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 22/01/2016
Alterado em 23/01/2016
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