Valdeck Almeida de Jesus
O poeta da verdade!
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Se ele morrer hoje

Vai demorar para sentirem a falta...
Nos saraus, muitos perguntarão (talvez);
No trabalho chato e repetitivo, sentirão no primeiro dia...
Será a única vez que não avisa, some sem dizer o motivo

A porta de casa, sem lâmpada acesa, não chama atenção;
Nenhum cachorro ou gato vai arranhar o tapete,
Até que o gigantismo e apodrecimento do corpo alastre a fedentina...

Os pilantras e saqueadores do país estarão muito envolvidos com suas rapinas...
Pensarão "já foi tarde" quando souberem, mas postarão falsas escusas nas redes sociais

Ah, os amores, esses, já estarão envolvidos em outros abraços...
O amor, aquele último, sim, pensará sobre a possibilidade que não houve.

Não tem como evitar o fone chamar até descarregar a bateria, a poeira tomar conta da casa, a geladeira abarrotar de gelo, as frutas apodrecerem junto com seu dono, o agora defunto...

Se ele morrer hoje, acharão os bichos de moscas em procissão escada abaixo, denunciando que não tem mais carne podre para comer...

09 de outubro de 2018
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 09/10/2018
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