Não importa quão longe você vá. Onde quer que resolva parar e viver, as necessidades básicas precisam ser satisfeitas.
No aeroporto de Lisboa, ou em qualquer outro, além de comer, descansar, usar sanitários ou internet para se comunicar, algo mais se impõe: o encontro.
Seja um caixa pra trocar dinheiro, uma tomada para recarregar a bateria do celular, ou um canto para sentar e observar ao redor. Outro encontro, este mais valioso e insubstituível é o olhar avistar e reconhecer alguém que estamos esperando.
O café “Slice of Variety”, em frente à saída de desembarque de passageiros, proporciona a quem ali se alimenta por necessidade física ou para ocupar um lugar privilegiado, ampla visão de quem chega de vários lugares do mundo.
Os olhos percorrem curiosos, vigilantes e ansiosos, cada movimento de pessoas, em busca de reconhecer o ente querido ou simplesmente o cliente, o patrão, quem chega. Não importa se negros, mestiços, asiáticos, sul-americanos ou noruegueses.
O ponto é de encontro, de identificação, de conexão.
Apesar de aeroporto ser um lugar de dispersão, de partida, é, também, lugar de chegada e de passagem, lugar de ninguém, território neutro, lugar nenhum, só se concretiza no encontro, na conexão entre seres afins e que se situam, no momento do encontro, em um mundo possível e concreto!
Lisboa, 21 de abril de 2012