08/09/2008 16h24
Passar uma tarde em Plataforma!
Sábado, dia 05 de setembro de 2008... Sol brilhando no céu, mar azul, gente bonita, o convite perfeito para uma cerveja, uma água de coco, um espreguiçar na areia...
Deixei tudo isso por uma tarde em Plataforma, bairro da região suburbana de Salvador, distante cerca de 12 km do centro.
Percorrer as ruas do bairro, que surgiu no século XVI através do engenho instalado na região, é como voltar ao passado, revisitar a Bahia Antiga, ter contato com a história. Afinal, foi ali que aconteceu a invasão holandesa, em 1624. A igreja de São Brás, fundada em 1638, é uma das mais antigas testemunhas dessa época. Está imponentemente instalada na praça de mesmo nome, como guardiã do passado e ao mesmo tempo vislumbrando o longo futuro.
A cidade do Salvador fervilha de veículos, gente de todo o mundo, abraçando o futuro que traz consigo a poluição, a violência e outras mazelas. Enquanto isso, o bairro de Plataforma guarda quase intacta a vida comunitária, em que as pessoas se conhecem pelo nome, se falam na rua, na praça, na praia.
Falar em praia, a enseada do Cabrito acolhe pesca e pescador. É ali que acontece o desembarque do peixe, onde as embarcações de pequeno porte aguardam a maré subir para partirem mar adentro em busca da subsistência. Boa parte da gente que habita o entorno da enseada vive da labuta no mar, sobrevive à margem da agitação que acontece já a partir da península itapagipana, a poucos minutos de barco.
O "caminho pelo mar", que liga Plataforma a Ribeira, não é de hoje. Inaugurada, ou reinaugurada faz menos de dois anos, esta ligação é antiga, foi desativada e agora volta com ares de "via náutica", trazendo e levando moradores e estudantes, mas também turistas, que chegam de mansinho, vão ficando, visitando e se espalhando pelo litoral.
Caminhar pelo bairro é inevitável e prazeroso. Inevitável porque o bairro tem o terreno acidentado, muitas escadas, becos e vielas; prazeroso, pois aqui e ali a gente se depara com uma gente simples, discreta, mas muito bonita, hospitaleira e educada. A vida em comunidade faz as pessoas não perderem a noção de pertencimento, e as mantém mais humanas e solidárias.
Comer? Opções diversas se encontram. Desde abará e acarajé, peixes e mariscos, comida rápida em uma lanchonete ou barraquinha na praça São Brás, até restaurante famoso como o "Boca de Galinha".
Vale a pena passear, passar uma tarde em Plataforma! Ah, se Caymmi tivesse cantado, também este bairro, em verso e prosa!!!
Foto: Vista da Estação Almeida Brandão (trem)
Crédito: Valdeck Almeida de Jesus
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Publicado por Valdeck Almeida de Jesus
em 08/09/2008 às 16h24