16/10/2007 12h09
Livros, livros, livros
Participei do III Corredor Literário da Paulista, evento realizado de 01 a 14 de outubro de 2007 na Avenida Paulista, em São Paulo.
Expus meus livros no saguão do prédio da FIESP, de 09 a 14.10 e tive a alegria de conhecer vários escritores (foto Pedro Bandeira), vários jornalistas, vendedores de livros, leitores etc.
Foi uma experiência valiosa para mim que sou um iniciante. Fiquei hospedado na casa de meus irmãos no Jardim dos Reis, após o Jardim Ângela. No percurso eu gastava de três a quatro horas no trânsito, apertado entre centenas de outros passageiros, pulando de um ônibus e pegando outro, fazendo integração nos terminais Santo Amaro, Guarapiranga e Jardim Ângela.
Enquanto escritores de renome chegavam e se digiriam ao Café Literário para palestrar, eu carregava caixas de livros rua acima e rua abaixo, do subúrbio até o centro da cidade; ficava vendendo e demonstrando os exemplares na mesa de exposição e dialogava diretamente com o público. Além disso, fazia panfletagem e abordagem de jornalistas e leitores em geral com a finalidade de divulgar ainda mais o meu trabalho.
O saguão do prédio parecia um oásis no meio do caos urbano. Ali não se ouvia o barulho incessante dos motores dos veículos que trafegavam pela Paulista, não se sentia o ar poluído da cidade. O que se respirava naquele espaço era cultura, manifestações populares e recitais de poesia.
O burburinho da cidade parecia não existir da porta para dentro. A feira de livro transportava as pessoas para um outro mundo, em que o ritmo era o da palavra, do olho no olho, do aperto de mão - coisa típica de uma cidade pequena. A arte não tem pressa, a literatura tem seu próprio movimento, lento, devagar, mas constante, invadindo a alma das pessoas e tornando a vida mais suave.
Foi nesse mundo de alguns metros quadrados que me encantei ainda mais com Sampa, tão cheia de facetas, cantos e recantos que fascinam tanto o forasteiro quanto o paulista. Na feira do livro o norte, o nordeste, o sul, o sudeste e o centro-oeste se encontravam e se misturavam numa promiscuidade mágica, em que ninguém tinha pátria nem língua nem história. Ali se construía tudo a partir de letras soltas pela praça, a partir de frases soltas e escapulidas, ávidas por viver...
Foi minha impressão. Talvez tenha sido a impressão de outros visitantes... Saí de Sampa com vontade de ficar e com planos de voltar.
Publicado por Valdeck Almeida de Jesus
em 16/10/2007 às 12h09