Resposta a um amigo leitor

Tudo bem com você? Espero que sim.

Primeiramente, muito obrigado por ter lido meus textos materiais publicados em sites e blogs. É um prazer muito grande quando recebo mensagens como a sua, citando textos, livros etc. Lembro-me da sua mensagem falando da leitura de "Memorial do Inferno", de como riu bastante de algumas passagens...
É gratificante, sobremaneira, saber que meus escritos sãos apreciados.

Em relação às antologias das quais participei e continuo a participar, não comungo da sua opinião que seja um sacrifício. Primeiro, pois escrevo quando pinta a inspiração, por puro prazer; segundo, pois é uma forma barata e dinâmica de divulgação do trabalho de qualquer escritor.

Como você sabe, poesias é muito escrita e muito lida, porém as editoras não investem em livros de autores novos. Só interessa a elas o capital, o best-seller, aquilo que vende muito, que movimenta o mercado. E autor novo, definitivamente, não vende o suficiente para despertar a ganância (investimento) das grandes empresas.

Também não comungo da sua idéia de que somente os próprios autores é que leem seus próprios poemas/livros. Eu recebo diariamente mensagens de vários cantos falando sobre trechos de meus trabalhos, de como vários leitores de deliciaram com os meus poemas e prosas. E, mesmo que 'apenas' os autores participantes das antologias lessem os poemas, já teria valido a pena (ou o sacrifício, como queira), de publicar.

A publicação é a porta de entrada de um escritor no mercado editorial, e a forma de ele, escritor, ter contato com o (s) leitor (es). Assim, publicando e distribuindo seus trabalhos mundo a fora, sua arte/escrita será encontrada por quem se interessar por literatura: numa estante abandonada de biblioteca pública, num baú de quinquilharias, quem sabe num monturo. Mas, o que importa, de verdade, é que a arte/escrita, foi imortalizada, foi 'materializada' e passará à história. Quem sabe?

Da publicação em antologias até chegar às mãos de um editor, que publicará e distribuirá pelo Brasil todo, há um espaço incomensurável, talvez muitos dos escritores nunca sejam 'descobertos' e reconhecidos. Creio que o sonho de muitos poetas seja este mesmo, o de ter seus livros nas bancas, livrarias, bibliotecas do mundo todo, ou mesmo do seu país...

Mas, apesar de não conseguir este intento, vale à pena continuar sonhando e publicando, seja em antologias, seja em sites, seja em blogs... O que importa, sinceramente, é deixar a criatividade se expressar, e espalhar poesias por todos os lados... Sempre!