Num canto qualquer esquecida
A poesia brasileira
Sonha um dia ser vendida
E exposta nas prateleiras.
Poeta neste país
Pensa e escreve pra si
E guarda numa gaveta
Palavras por imprimir.
Não vão ler o que ele escreve
Para o consumo não servem
Seus versos tão solitários.
Só se publica best seller
De gringo lá do estrangeiro
E nada do Zé Brasileiro.
(25 de agosto de 1989).