Na ânsia de achar meu par
Faço coisas inacreditáveis
Que me põem em constrangimento
Comigo e com minha consciência.
Pratico coisas impensáveis
Transformo-me em tudo
Ridículo, me iludo
Retiro o escudo
No qual me escondo
E me exponho ao mundo
Dos olhares imundos
Aos pensamentos profundos
Que tentam me pôr
No poço e no fundo
Da degradação
Sem pé e sem mão
Pra sobreviver.
Mas venço a maldade
Prometo piedade
A quem me feriu,
E mordo a maçã
Crescendo por dentro
Com Deus e Satã.
(25 de junho de 1989).