Andando pela rua
Achei um corpo vivo
Uma verdade nua
No mundo adormecido.
Tinha ele olhos grandes,
Mãos que pediam ajuda,
O ventre esvaziado
E uma face desnuda.
Dei-lhe um copo d’água
E ele recusou com jeito
Parecia querer respeito.
Pediu-me que o beijasse
E que as formas de amor
Eu nunca discriminasse.
(06 de agosto de 1989).