As pedras cresciam velozes
Nasciam, viviam, morriam
Enquanto você, congelada,
Não via o quanto era amada.
As nuvens passavam ligeiras
Alheias ao prazer e à dor
E na Terra você hibernava
Fingindo não ver meu amor.
Morri tentando viver
Amei-lhe e nunca me amou.
Não consegui fazer
Com que pudesse acordar
Do sono pesado, terrível
Que lhe tornou insensível.
(18 de junho de 1989).