A morte e a vida de um poeta
Um poeta morre todo dia,
E não apenas no dia da sua morte.
Sorte, má-sorte, é para quem vive
A ilusão da vida eterna
Eternamente no corpo.
Para o poeta, o que importa,
De verdade, é o passado, o futuro,
Algo que não se toca, na se pega.
O poeta vive o invisível, o não vivido.
O dia a dia do poeta é sofrido,
Não medido, não visto, não visitado.
A morte, com sorte, é apenas uma passagem
A uma nova vida, sonhada, não vivida
Sofrida, impossível, etérea.
Vai poeta, abraça teu futuro e teu passado
Voa, poeta. O infinito te espera,
Colossal, improvável, invisível...
Vai poeta, recita, declama,
Faz parte do universo,
Faz da vida um verso...
Valdeck Almeida de Jesus
Para Damário da Cruz
22 de maio de 2010
São Paulo-SP - Jardim Ângela
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