Sou forte, capaz, sou gente
Vivo tranqüilo e em paz
O que me inquieta somente
É a luz do teu olhar de cais.
Do teu olhar a me perturbar
A devassar todo o meu ser
Não quererei me livrar
Mesmo que chegue a doer.
Se fujo desse olhar que arde
Volto a correr atrás de ti
É esta humana necessidade
De fazer o coração bramir.
Se fujo desse olhar que suga
Volto a correr atrás de ti
Na direção oposta à fuga
Dos olhos de imã que vi.
(29 de setembro de 1987).