Amada
Tua face enrugada e áspera,
Com pés de galinha e marcas de espinhas
Me deixa alegre e com a alma iluminada
Quando a acaricio e não sinto nada.
Teu corpo mal feito e cheio de manchas
Tua barriga proeminente e tuas pernas tortas
Me enche de paz e de prazer
Quando me afasto de você, sua coisa morta
Este teu olhar estranho e indiferente
Me fascina e me enlouquece de prazer
O momento em que sinto maior felicidade
É aquele em que estou longe de você.
Tua presença só me chateia e me aborrece
Pois você só destila perversidade
Se quer me ver feliz e em paz comigo
Sai de perto de mim, monstruosidade.
Salvador, 03 de maio de 1995.
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 03/10/2010