Valdeck Almeida de Jesus
O poeta da verdade!
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Esqueçam que eu existo no Natal, Ano Novo...

Os certinhos e certinhas de plantão que me perdoem. Me perdoem, também, as pessoas "politicamente corretas", as que dão beijinhos e abraços iguais, aos "CTRL-C/CTRL-V" (copia e cola), aos polidos, a quem vive de etiqueta social, àqueles que decoram frases padrão para repetir feito papagaio nas ocasiões específicas...

Eu posso ser um troglodita, mal educado, antissocial, o que seja. Mas odeio bajulações, puxasaquismo, e outros ismos.

Certa vez fui a uma festa num grande hotel de luxo em Salvador. Senti-me privilegiado, pois fui convidado por um grande amigo que trabalhava na empresa. Era minha primeira vez naquele lugar. Ao chegar, fui muito bem recepcionado por um funcionário do estabelecimento com um forte aperto de mão, um "seja bem vindo" caloroso e um sorriso largo, que me fez sentir único naquele ambiente. Foi muito aconchegante a recepção. Fiquei perto de meu amigo, enquanto ele trocava umas palavras com o tal moço. Daí começaram a chegar pessoas aos montes e o rapaz, muito educado, cumprimentava a todos com a mesma deferência e "calor humano" que eu recebi.

Meu rosto começou a se esmaecer e minha admiração pelo rapaz diluiu rapidamente. Era a mesma fórmula memorizada, repetida à exaustão. Fiquei perplexo. Meus Deus, como uma pessoa pode ser tão artificial? Tem que ser muito "profissional", um verdadeiro ator, de quilate para Globo ou outro canal internacional. A cena era a mesma, os atores mudavam mas o recepcionista era o mesmo, com o mesmíssimo sorriso, dentes à mostra, aperto de mão calculado, frase no tom e altura sincrônicos...

Lembrei-me de uma decepção que me acompanhará ao túmulo. Era final da antiga oitava série, atual nono ano do Ensino Médio. A escola não tinha segundo grau e todos os concluintes teriam que se matricular em colégios diversos. Uma amiga que se mudaria para Ananindeua-PA, milhares de quilômetros da minha ensolarada Jequié-BA, fez uma despedida linda. Salgadinhos, música, abraços e choros. Não faltou nem cartãozinho de lembrança. O meu tinha um texto que me emocionou muito. Chorei cântaros, fiquei emocionado e muito tocado por muitos meses, até o dia em que descobri que a frase era um plágio descarado e lavado de um grande poeta brasileiro.

Minha pouca cultura geral na data da festa e no longo tempo que se passou depois não me fizeram desconfiar que aquele texto não era original. Chorei de novo, mas de raiva, por ter sido enganado. Não se mexe com a emoção alheia desse jeito. Isto é um crime!

Por isso, decidi: desde então, não mando mensagem de natal, ano novo, aniversário ou seja lá o que for. Não é o "pacote" para marcar o dia do nascimento de alguém que vai demonstrar todo o meu afeto. Além disso, tenho uma lista de amigos bem grande, modéstia à parte. Não dá pra ser "original" nem natural numa fila de cem, duzentas pessoas. Então, queridos e queridas, vou lhes parabenizar e abraçar durante todo o ano, à medida que os encontre, seja na esquina, na praia, no Facebook, Orkut ou MSN.

E imploro: por favor, não enviem mensagens padronizadas de Natal e/Ano Novo para meu e-mail. DETESTO, ainda mais quando chegam com uma lista imensa de contatos... Prefiro que me esqueçam em qualquer data comemorativa que me enviar estes textos IGUAIS. Obrigado.
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 24/12/2011
Alterado em 24/12/2011
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