“Revolução Pessoal”, de Carlos Souza, é o livro que ninguém precisa ler...
Por: Valdeck Almeida de Jesus
Pra começo de conversa, a obra é de 2007, ou seja, tem cinco anos e precisa de muitas atualizações.
Estas atualizações, no entanto, estão vivas, caminhando lado a lado com os poetas. O próprio autor dessa autobiografia de incentivo é uma pessoa acessível, disponível e sempre de coração e peito abertos a auxiliar quem precisa mudar de atitude na vida. Nas páginas do livro as dicas são dadas de forma despretensiosa, já mesmo no prefácio, mostrando que o segredo do sucesso é fé, persistência e perseverança.
Esses segredos são aprendidos, também, no contato com Carlos Souza, no dia a dia. Carlos é todo ouvidos, qualidade rara nos dias atuais, em que cada um quer aparecer, ser visto, ser o centro das atenções. Esta característica de ouvir o outro pode ter vindo da formação evangélica, do curso de jornalismo ou mesmo da experiência como locutor de rádio, que ajudaram a apurar os ouvidos da alma para sentir, acolher e despertar no semelhante a centelha da esperança e do sonho. Ler o livro através da convivência com o autor é inspirador e, nestes encontros, se faz a verdadeira revolução.
A verdadeira revolução pessoal Carlos Souza faz todos os dias, nunca em proveito próprio, mas sempre em direção ao outro, pensando no crescimento e evolução do próximo, nos projetos de vida dos seus semelhantes. Nesse aspecto, ele trabalha com afinco na promoção da cultura e da literatura em particular, garimpando talentos, lapidando aqueles que lhe pedem orientação, divulgando e promovendo a arte da palavra. E o preço que ele cobra é muito alto: absolutamente nada!
Desprendimento talvez seja a palavra. Solidariedade, quiçá traduza esta atitude de vida. De onde vem tanta generosidade? Uma dica são as várias tentativas de ganhar a vida, seja através do sonho de montar uma fábrica de sabão em plena Barracas, distrito de Ponto Novo, fazer sucesso tocando violão e guitarra, cuja intenção principal, a força motriz era ajudar a criar os irmãos, abandonados pelo pai e sustentados pelo avô e pela mãe que trabalhava na capital, longe da família... A revolução de Carlos começa sempre em benefício do outro e, talvez por isso, de roldão, seus próprios sonhos vão sendo sedimentados e conquistados, palmo a palmo. Afinal, já rezam as melhores filosofias que sempre recebemos de volta aquilo que fazemos ao próximo.
E é no palmilhar da vida que Carlos sedimenta sua caminhada, com planejamento estratégico, objetivos claros e metas plausíveis. Assim, ele age a todo o momento, aproveita oportunidades e potencializa cada ação, envolvendo amigos, colegas, companheiros de luta, pessoas em geral. Carlos Souza abraça uma causa e segue em frente, metodicamente, criando condições para a realização do sonho coletivo.
Qualquer um pode seguir os passos dos exemplos de Carlos Souza: de trabalhador rural, vendedor de mamona, líder de jovens evangélicos, locutor de rádio, jornalista diplomado, escritor, professor, assessor de imprensa de fundações culturais, coordenador do Fala Escritor e fundador do Núcleo Baiano da União Brasileira de Escritores, ele realizou uma verdadeira revolução que não cabe mais num livro de 116 páginas.
Salvador, 26 de fevereiro de 2012