Valdeck Almeida de Jesus
O poeta da verdade!
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Abrindo o jogo
Abri o coração e botei as cartas na mesa
Arregacei as mangas e andei feito barata tonta
Mas me agarrei com unhas e dentes ao meu plano
Porque não queria comer gato por lebre
Nem dar com o nariz na porta
Muito menos dar com os burros n’água
Pedi a Deus que me desse uma mãozinha
E que não me deixasse entrar numa fria
Eu estava com a faca e o queijo na mão
Mas ainda estava com a pulga atrás da orelha
Pensei, pensei, fiquei com o coração apertado
Com medo de engolir sapos
Pensei mais um pouco e resolvi
Mesmo que tivesse que dar o braço a torcer
Eu ia continuar batendo na mesma tecla
Só não ia ser um chato de galocha
Nem meter os pés pelas mãos
Cutuquei a onça com vara curta
E comecei a descascar o abacaxi
Quase fiquei a ver navios
Era como enxugar gelo, até fiquei de bola murcha
E quase entro pelo cano, mas fui enchendo linguiça
Dei a volta por cima e lavei a roupa suja
Com medo de levar chumbo
Enchi a cara com água que passarinho não bebe
Arregacei as mangas, fiquei andando nas nuvens
Fui arrastando as asas
E fiz o convite para ir pra onde Judas perdeu as botas
Chegando lá, dei uma de João sem braço
Fiz boca de siri e tirei de letra:
Molhei o biscoito, afoguei o ganso,
Matei a cobra e mostrei o pau...

Salvador, 31 de agosto de 2015, Valdeck Almeida de Jesus
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 09/11/2016
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