Valdeck Almeida de Jesus
O poeta da verdade!
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A chegada de Michel Temer no Inferno
 

Batizado com esse nome

É mesmo para temer,

Pois parece aquele verbo

Criado pra estremecer

Todo mundo se amedronta

Somente de ouvir dizer.

 

Ele foi para o inferno

Buscar força pra mandar

Acabou com o capeta

Destruiu tudo por lá

Em Brasília fez morada

Para tudo esculhambar.

 

Duelou com Satanás

Pra ver quem era o pior

Quem fazia mais maldades

Bater no povo sem dó;

Em falando de maldade

Nosso Temer é bem melhor.

 

Ele entrou para a política

Aliado com o demônio

Casou-se com a mentira

Esse safado medonho

Pra dar golpe no país

E fazer um pandemônio.

 

O capeta desistiu

De lutar com o temeroso

Porque perdeu na labuta

Com o chifrudo tinhoso

E deixou o cão da porra

Morder o povo medroso.

 

Mas quem disse que o bicho

Parou de fazer maldade?

Aproveitou que o capeta

Deixou a nossa cidade

Pra castigar cada gente

Fazendo perversidade.

 

Primeiro tomou o cargo

Pra ser nosso presidente

Botou pra fora a eleita

Socou-lhe um murro nos dentes

Sentou na cadeira dela

E caminhou para frente.

 

No cargo ele amuou

Ficou sentado e fingido

Fazendo cara de bobo

Porque tava protegido

Pela turba alucinada

Que lhe apoiou com mugido.

 

Dançou na cara da gente

E fez cara de mocinho

Acenou com a mão de figa

Ficou falando sozinho

Mas aos poucos se mostrou

Um safado de vizinho.

 

Primeiro foi ao Congresso

E comprou a cada um

Deu dinheiro a deputado

E também guardou algum

Deu um pouco a senador

Amordaçou um a um...

 

Chamou logo empresários

Pra comandar a nação

Ministério para quem

Foi comer em sua mão

Fez contrato com a mídia

Pra nunca lhe dar um não.

 

Nossa justiça comprada

Fez pra ele um grande altar

Disse que o bicho era bom

Que não ia processar

Mesmo se o cabra roubasse

40 bi pra guardar...

 

Temer foi denunciado

Em delação premiada

Mas o bicho é tinhoso

De tudo ele fez piada

Não pode ser processado

Está com a boca trancada.

 

Buscou gente do país

Pra também lhe apoiar

Pagou caro por abraço

E quem pudesse beijar

Acabou com a oposição

Fez todo mundo calar...

 

Chegou pro aposentado

E cortou os seus direitos

Abaixou o seu salário

Meteu a mão no seu peito

Tomou a senha da conta

Foi assim e desse jeito.

 

Quem quiser viver de boa

No tempo que aposentar

Vai trabalhar até morrer

Mas depois pode voltar

Pede logo exumação

Para poder desfrutar.

 

Quem pagou por trinta anos

Não pode nem reclamar

Porque se fala, apanha;

Não pode nem resmungar

A polícia baixa o cacete

Para o povo se calar.

 

40 anos é pouco

Pra matar de trabalhar

Pois o povo aqui é forte

E aguenta se danar

Gente velha tem é força

Tem mesmo que se lascar.

 

Chamou o trabalhador

E aumentou sua jornada

Trabalho agora é assim:

Se não quiser, não tem nada;

Trabalhar só por comida

E não reclama, cambada!

 

Quem quiser um bom emprego

Que viaje pro exterior

Pois na terra do Brasil

Vamos tocar o terror

Nossa terra é para poucos

Pra quem gosta de horror.

 

Hora extra agora é grátis

Não tem mais décimo terceiro

Acabou FêGêTêESSE

Acabou o teu dinheiro

Afundou I-ENE-ESSE-ESSE

Para quem é brasileiro.

 

A Petrobras foi vendida

Não temos nem o pré-sal

Quem vai cavar nosso chão

É gente de fora e tal

Brasileiro não tem vez

Se não gostar, cai no pau.

 

Quem quiser um bom emprego

Vai ter muito que esperar

Pois nossa grana é investida

Pra banqueiro se safar

Quanto mais o povo sofre

Melhora as contas de lá.

 

Escola agora é paga

Quem quiser vai estudar

Mas a grana vem na frente

Só estuda quem pagar

Quem reclama toma uma bifa

Pois não pode reclamar.

 

Aeroporto vendido:

Se você quiser voar

Vai pagar uma boa grana

Somente para entrar

Se entrar no avião

Mais dinheiro vai mostrar.

 

As estradas são privadas:

Se tu quiser caminhar

Dirigir ou dar uma volta

Pedágio vai encontrar

Se não paga ao empresário

Tu não pode circular...

 

Cada porto não é nosso

Cada um já foi vendido

Os navios que vão chegando

Deixando o povo falido

Leva grana e riqueza

Pra país desenvolvido.

 

Lei Kandir é passaporte

Pra roubar nosso país

- Chega aí, minha amizade,

Nós temos um chamariz,

Leva tudo sem pagar,

Arranca até a raiz.

 

Aviação abriu o campo

Pra quem quiser investir

Vem gente do exterior

Ganhar dinheiro aqui

Já tá tudo liberado

Carregue tudo daqui.

 

Se tu quer um hospital

Vai te lascar no inferno

Não tem mais atendimento

Pois tu não tá no caderno

Só entra quem tem dinheiro

É o sistema moderno.

 

Escola de graça acabou

Vai falar com satanás

Faculdade se fechou

Merenda não temos mais

E se tu achou ruim

Pega a fila, lá atrás.

 

O Ciência Sem Fronteira

Não tem lugar pra você

Aqui não tem mais frescura

Acabou-se o saber

É melhor tu ficar burro

E a mim obedecer...

 

O terreno do Brasil

Agora é do estrangeiro

Se tu quiser um pedaço

Me pague muito dinheiro

Pois vendi tudo pra gringo

Porque chegaram primeiro.

 

Mata pobre e mata negro

Esculhamba com polícia

Não deixa nada na pista

Pra não sair na notícia

E mesmo que tenha prova

Já compramos a justiça.

 

Toda água do planeta

Nós vamos mandar secar

Trazer deserto ao país

Para o povo se lascar

Quem quiser beber um gole

Só bebe se me pagar.

 

As florestas toca fogo

Planta grama e bota boi

Entrega pra fazendeiro

O tempo bom já se foi

Quem entrar leva uma bala

Na testa, cara ou no “oi”.

 

Mata índio e mata pobre

Quem quiser plantar comida

Porque a terra é minha

É parte da minha vida

Não deixo pobre entrar

Não entra gente sofrida.

 

Vou vender cada terreno

Leva quem tiver dinheiro

Brasileiro não tem vez

Vou vender pro estrangeiro

Sou o dono disso tudo

Aqui eu cheguei primeiro.

 

Doente e necessitado

Vou botar pra se lascar

Aposentar essa gente

Eu mesmo não vou deixar

Quem quiser ganhar dinheiro

Só se morrer e voltar.

 

A saúde se acabou

Porque o SUS vou fechar

Só tem direito agora

Aquele que me pagar

Uma vacina é um dólar

Faça a fila pra tomar.

 

Comida pra tanta gente

Eu mesmo não vou pagar

Ou morre todos de fome

Ou eu mesmo vou matar

Quem quiser comer aqui

Vai cair no meu manguá.

 

O capeta arrepiou

Deu um pulo para trás

Entregou sua medalha

Para nosso capataz

Que assumiu novo nome:

Ele agora é Satanás!

 

Valdeck Almeida de Jesus

10 de maio de 2017

 

 

 

 

O cordel "A chegada de Michel Temer no Inferno" é uma crítica política contundente e satírica sobre o ex-presidente Michel Temer e sua gestão no Brasil. O autor utiliza uma linguagem forte e direta para expressar sua indignação e descontentamento com as ações do governo liderado por Temer.

O texto descreve Temer como uma figura ameaçadora e temida, comparando-o ao próprio demônio, e ressalta seu envolvimento em escândalos políticos, corrupção e ações que prejudicaram a população brasileira.

O cordel destaca a forma como o governo Temer foi marcado por medidas impopulares, como a reforma da previdência, a privatização de empresas estatais, o congelamento de gastos públicos, entre outras. Também aborda a denúncia de corrupção contra Temer, que foi alvo de investigações durante seu mandato.

Através da sátira e do uso de metáforas, o autor denuncia a falta de sensibilidade do governo com as necessidades do povo, a falta de investimento em setores essenciais como saúde e educação, e o desrespeito aos direitos dos trabalhadores e aposentados.

O cordel critica a venda de patrimônio nacional, como a Petrobras, e a perda de autonomia e recursos do país para investidores estrangeiros. Também menciona a degradação ambiental e a exploração de recursos naturais em benefício de interesses econômicos.

Ao longo do poema, o autor faz uso de uma linguagem coloquial e popular, característica do cordel, para tornar a mensagem mais acessível e impactante para o público. Ele aborda questões sociais, econômicas e políticas do Brasil, retratando um cenário de desespero e desesperança.

Em suma, o cordel "A chegada de Michel Temer no Inferno" é uma obra literária que utiliza a poesia popular para transmitir uma crítica ácida e satírica à gestão do ex-presidente Michel Temer, retratando-o como uma figura negativa e prejudicial para o país. O texto reflete o sentimento de muitos brasileiros diante dos acontecimentos políticos e sociais do período em questão.

 

 

 

 

Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 11/05/2017
Alterado em 25/07/2023
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