Valdeck Almeida de Jesus
O poeta da verdade!
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Uma Viagem Literária em São José do Jacuípe

São José do Jacuípe, 07 de abril de 2024 — A pequena cidade de São José do Jacuípe, no coração da Bahia, transformou-se em um cenário vibrante e acolhedor durante a segunda edição da Festa Literária de São José do Jacuípe (FLIZÉ). Entre os dias 3 e 5 de abril, escritores, artistas e entusiastas da literatura se reuniram para celebrar a palavra, a diversidade e a cultura. Para relembrar, também participei da primeira edição em 2019.

 

Depois de 293km de estrada, me perdendo no mapa e dando voltas e mais voltas, lá estava eu, mergulhado nas páginas da minha própria história, desbravando as palavras que dançavam no ar da pequena São José do Jacuípe, terra de cuscuz e de literatura. Não era um simples evento literário, era a Festa Literária de São José do Jacuípe (FLIZÉ), um verdadeiro banquete para os amantes das letras e da boa prosa.

 

O sol, típico do sertão baiano, abençoava os dias de celebração literária, transformando a praça da feira numa espécie de oásis cultural. Entre uma garfada de cuscuz e um gole de café, os visitantes se deliciavam com as mesas de debates, recheadas de talento e diversidade.

 

A Mesa 05, essa sim era uma verdadeira panela de pressão literária, comandada pelo mestre de cerimônias, o incansável Valdeck Almeida de Jesus, que mais parecia um malabarista de palavras, conduzindo os debates com destreza e humor. Como parte da programação, Dejanira Rainha deu um verdadeiro show na sua apresentação e recital, levando a plateia a momentos de profunda reflexão com a declamação potente da poeta e professora.

 

E que time ele tinha ao seu lado! A mestra bonequeira, atriz, professora e escritora Rita Pinheiro, uma verdadeira fada das letras, encantava a todos com suas histórias e apresentações de bonecos. E lá estava também Clécio Santana, o homem das mil e uma habilidades, que trazia na bagagem sua sagacidade e perspicácia para enriquecer o debate. A vereadora Talyta Oliveira, com sua visão política afiada e sua paixão pela literatura, deixava claro que não veio para brincadeira. E como não se encantar com o poeta Jonedsun, ou melhor, o Ícaro Jacuipense, que declamava versos capazes de fazer até as pedras chorarem.

 

E a programação, que maravilha! Desde o Sarau das escolas até as mesas de debates, tudo era um convite ao encontro, à troca de ideias e à celebração da palavra. Teve até cortejo ao Rio Jacuípe, uma homenagem à centenária Dona Anelzinha, que mais parecia uma cena saída diretamente de um livro de Guimarães Rosa.

 

Mas não podemos esquecer das delícias gastronômicas, verdadeiras obras de arte para o paladar. As comidas típicas da região, preparadas com o carinho das mãos que conhecem os segredos da cozinha, faziam a alegria dos visitantes, que se lambuzavam sem cerimônia.

 

E que dizer do incansável Pablo Rios, o curador e idealizador por trás de toda essa festança literária? Até mesmo um susto na clínica não foi capaz de tirar sua energia contagiante, que pulsava em cada canto da FLIZÉ.

 

E assim, entre debates acalorados e risadas compartilhadas, entre o aroma do café recém-passado e o som dos sambadores, a FLIZÉ se tornou mais do que um evento literário, se tornou um verdadeiro refúgio para os apaixonados pelas letras, um lugar onde o tempo parece se diluir entre as páginas de um bom livro.

 

Enquanto me despeço de São José do Jacuípe, carrego comigo não apenas as lembranças desta viagem literária, mas também a certeza de que, onde houver palavras, haverá sempre um lugar para nos encontrarmos, para celebrarmos e para sonharmos juntos. Que venham mais festas, mais encontros e mais histórias para contar. Até breve, FLIZÉ, até breve, São José do Jacuípe.

 

A programação completa ficou excelente:

Quarta-feira - 03 de abril
19hs - abertura (Civismo, fala de autoridades, apresentações artísticas)
20:30 - Mesa 01 - Mulheres que cantam a cidade: um misto de história oral - Mediação: Danilo Guimarães
21:30 - Forró na Flizé com Pricila Dantas

Quinta-feira - 04 de abril
08:30 - Sarau das escolas
09:30 - Mesa 02 - Professoras: sororidade, versos e prosas. Com Rosângela Macêdo, Lucilene Maciel, Gilmara Freitas, com mediação de Íris Vanessa
10:40 - Oficina de criação poética com Dany Maciel
13:30 - Mesa 03 - Literatura infanto-juvenil estilo sessão da tarde. Com Luiz Fernando Telles e mediação de Iasmin Vilaronga
14:30 - Sarau das escolas
15:30 - Mesa 04 - Leituras e Pesquisas compartilhadas. Com Senaria Santana, Ione Araújo e Isabel de Sousa Moreira
16:40 - Cortejo ao Rio Jacuípe - celebração ao centenário de Dona Anelzina
19:00 - Sertão diVerso, com Agnaldo Rocha
19:30 - Sarau das escolas
20:30 - Apresentação Artística: Dejanira Rainha
20:45 - Mesa 05 - Uni(di)verso Literário: Escrevendo diversidade. Com Jonedsun, Talyta Oliveira, Rita Pinheiro e Clécio Santana. Mediação: Valdeck Almeida de Jesus

Sexta-feira - 05 de abril
07:00 - Sambadores na Feira - recital para o povo
08:30 - Contação de historias - Rita Pinheiro - colégios da cidade
          - Oficina de fanzine: Ricardo Heavy - colégios da cidade
11:00 - Mesa 06 - Atelier escolar: fazer prosa e poesia na sala de aula. Tatiane Araújo, Márcio Melo, Ricardo Heavy. Mediação: Renato Maia
13:00 - Contação de histórias - Rita Pinheiro - escolas da cidade
13:00 - Mesa 07 - Entre caminhos e andanças: as histórias do Clube Deleit(ura) - Mediaçao Aretha Stepn=hanie e Senaria Santana
14:30 - A poesia viajante - JC Vaz
15:00 - Mesa 08 - Herança: olhares e escrevinhações histórias. Puluca Pires, Bruno Pamponet, Nanal Vilas Boas. Mediação: Eli de Castro
16:00 - MPB na Flizé - Rebeca Felipe
16:25 - Performance: na mesma esteira - Quilombo da Palavra - com Radi Oliveira

 

O evento teve destaques como o Clube Deleit(ura), com seu trabalho excepcional, cativou os presentes. Estudantes exibiram danças e outras manifestações artísticas, enquanto o grupo de Sambadores de São José embalou a manhã de sexta-feira com ritmos tradicionais. Exposições de artesanato e vendas de livros completaram o cenário, ocupando a praça da feira, em frente à Câmara de Vereadores.

 

E como não mencionar a acolhida para dormir e o café da manhã da Pousada Cidade? Após o sono embalado pelo afeto da comunidade, ao despertar não faltava o famoso cuscuz - que deu apelido à cidade devido a uma praça em forma dessa iguaria nordestina -, e outras iguarias como suco de maracujá, bolos, pães, frutas da região etc.

 

E, como se não bastasse, **Radi Oliveira**, a deusa da poesia musicada de Santo Antônio de Jesus, já está envolvendo Valdeck em projetos paralelos. A viagem de 293 km de ida e outros 293 km de volta, que pareciam longos, revelaram-se uma jornada inesquecível. Que venham a terceira festa, a quarta e todas as infinitas celebrações literárias que o futuro nos reserva.

 

Fonte: Blog Galinha Pulando

 

Confira algumas fotos neste link: Fotos da Flizé 2024

Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 08/04/2024
Alterado em 08/04/2024
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